Quando minha mãe já contava os 88 anos de vida, num final de tarde de verão, quando a brisa sopra preguiçosa, suavemente, para não parecer ventania, perguntei-lhe:
- E aí mãe, me conta uma coisa, depois de 88 anos o que a senhora me fala olhando para o tempo que passou?
Ela ficou em silencio, por um segundo, daqueles segundos que demoram minutos e com voz clara, mesmo que pausada, respondeu:
- Tudo passa muito rápido! Esse 88 anos parecem-me que aconteceram ontem.
Desde então, estranhamente, sinto-me como se ela tivesse me tirado o véu protetor do tempo, como se tivesse acordado para uma realidade do tempo que não percebia. Desde então venho sintonizando uma dimensão absoluta do tempo, e sua fantástica elasticidade físico-espacial.
TEMPO CURTO VIDA CURTA.
TEMPO LONGO VIDA LONGA.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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