domingo, 28 de fevereiro de 2010

CAFÉ COM ZEN

  
O Zen na Arte da Cerimônia do Café

Esta noite tive um sonho singular, sonhei um encontro e um diálogo com um Chief de cozinha. Conversávamos sobre o Zen e a arte de tomar café. Vou partilhar a curiosidade com aqueles que gostam de um bom café.

Interessante porque apesar de parecerem diametralmente distanciados, O Zen e o Café possuem nessa união o que eu poderia chamar um encontro perfeito. Se o Zen pode ser considerado como o caminho do meio, O Café parece-me a bebida que quando saboreada, respeitando certos detalhes, pode ser um instrumento que coloca o individuo no centro do caminho do meio. Como “O Caminho do Meio”, o zen é o equilíbrio entre duas forças antagônicas que fazem o indivíduo viver os extremos desses opostos que se exercem uma atração, olho no olho, sob nós. Quando um lado pisca, somos levados, irremediavelmente, para a outra extremidade e sofre-se as consequências do impacto, dessa gangorra, alterações sensoriais e funcionais de frequência e vibração.

Para experts em Zen ou na arte de sorver o Café, recebam esses comentários com a suavidade que agora me envolve o aroma do coffea arábico, sem querer imiscuir em áreas de domínio alheio, mas que busca apenas saborear a delícia delicada desse momento. Tentarei me referendar ao zen sem querer conceituá-lo para explicá-lo, mas como percebo que o mundo no momento nos exige uma postura zen diante da realidade, buscarei passar a sutilieza desse momento para os que não o percebem. De resto sou apenas um Brasileiro mistura de Germano com Português que nunca esteve no Japão ou na china, mas que ama o ZEN. 

O Zen

O Café

O lugar

O Sabor

O Aroma

A Temperatura

A Louça e o Requinte.


                                                                                                                             continua...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

NASRUDIN 3

  
Porque hoje é sábado de luz, aqui nos trópicos, e de frio e neve no Norte, mais algumas histórias de Nasrudin:

O ELEMENTO INESPERADO

Já altas horas da madrugada, dois bêbados começaram uma discussão infernal bem debaixo da janela de Nasrudin, que prontamente acordou, enrolou-se no seu único cobertor e saiu correndo para tentar acabar com a gritaria. Mal começara a tentativa de apaziguar os ânimos, um deles arrancou-lhe o cobertor
e os dois saíram correndo, "Sobre o que discutiam?", perguntou sua mulher assim que Nasrudin voltou da rua, "Devia ser a respeito do cobertor. Assim que o conseguiram, a briga terminou."

O CONTRABANDISTA

Volta e meia, Nasrudin atravessava a fronteira entre a Pérsia e a Grécia montado no lombo de um burro. Toda vez, passava com dois cestos cheios de palha e voltava sem eles, arrastando-se a pé. Toda vez, a guarda procurava por contrabando. Nunca o encontrou.
"O que é que você transporta, Nasrudin?"
"Sou contrabandista."
Anos mais tarde, com uma aparência cada vez mais próspera, Nasrudin mudou-se para o Egito. Lá encontrou um daqueles guardas de fronteira,
"Diga-me, Mullá, agora que você está fora da jurisdição grega e persa, instalado por aqui nesta vida boa - o que é que você contrabandeava, que nunca conseguimos pegar?"
"Burros."




PICADA DE COBRA

Perguntaram a Nasrudin: "Para que esse antídoto contra picada de cobra, Mullá?"
"É que peguei um pedaço de pau e achei que era uma cobra", respondeu Nasrudin.
"Mas um pedaço de pau não o picaria!"
"E a cobra de verdade que eu peguei para bater no pedaço de pau?"

NASRUDIN POSTOU-SE NA PRAÇA DO MERCADO
 E DIRIGIU-SE À MULTIDÃO

"Ó povo deste lugar! Querem conhecimento sem dificuldade, verdade sem falsidade, realização sem esforço, progresso sem sacrifício?"
Logo juntou-se um grande número de pessoas, com todo mundo gritando:
"Queremos, queremos!"
"Era só para saber", disse o Mullá. "Podem confiar em mim, contarei a vocês tudo a respeito, caso algum dia descubra algo assim."

O REMÉDIO

Um homem herdou uma grande fortuna, mas, em pouco tempo, dilapidou seu patrimônio de uma tal maneira, que não lhe restou um centavo sequer. Sem saber o que fazer, foi queixar-se a Nasrudin.
"Multa, estou numa situação terrível", disse. "Estou a ponto de ter que pedir esmolas para sobreviver. Que faço? Qual é o remédio?"
Nasrudin refletiu por um instante e respondeu:
"Não se preocupe, suas aflições terminarão em breve".
O perdulário entusiasmou-se:
"Como? Acaso voltarei a ser rico?"
"Não, não," respondeu o Mullá, "você se acostumará a ser pobre!"

O VALOR DE UM DESEJO

Nasrudin tinha um búfalo, cujos chifres eram bem afastados um do outro. Sempre imaginava que, caso conseguisse instalar-se entre eles, seria exatamente como estar sentado num trono. Um dia, o animal sentou-se bem próximo, e a coisa mais simples do mundo seria acomodar-se entre os chifres. Nasrudin não pôde resistir à tentação. O búfalo, quase de imediato, levantou-se e jogou-o longe.
Sua mulher, ao encontrá-lo desmaiado no chão, começou a chorar.
"Não chore", disse Nasrudin assim que voltou a si. "Tive meu sofrimento, mas ao menos realizei também o meu desejo."

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ADVERSIDADE

 

Muitos tremem quando o tempo da adversidade chega. De repente a vida tranquila, confortável, onde os acontecimentos fluíam para a prosperidade e para a alegria se transformam e a pessoa se vê mergulhada no deserto, sem água, sem cachorro na mata, ou numa estrada sem fim de dificuldades.

Quando todo o cenário é favorável, confortável, senta-se sobre os louros e come-se caviar. Aí a vida é bela, quase não se é exigido. Com pouco movimentos se faz a vida prosseguir no fluxo do “Bem Bom”.

Mas quando o cenário é desfavorável é que se é exigido na sabedoria, na coragem em enfrentar as adversidades que se apresentam, na confiança de se acreditar filho do divino não por que se é o filho bem aventurado, querido e protegido mas por que se crê no pai que se têm. Tem-se força não por que o sujeito se crê especial mas porque acredita no poder da vida.

Enfrentar dificuldades em nossa jornada quando se tem o cenário favorável é moleza. Enfrentar dificuldades quando o cenário não favorece é ser confrontado na adversidade.

Quem não teme esses momentos, é passarinho alegre.

Sempre penso que períodos favoráveis e confortáveis são períodos especiais voltados para que nos preparemos para as dificuldades.

Todos conhecem a fábula de Esopo, na adaptação de La Fontaine, A Cigarra e a Formiga. Uma trabalha, a outra se diverte cantando, No inverno a formiga descansa e a cigarra enfrenta as dificuldades por não ter se preparado para o inverno. O interessante do simbolismo desta estória é que o problema não se resume a fazer reservas de posses, alimentos ou outras necessidades para os momentos de dificuldades, ele nós diz mais, nos alerta para a impermanência da vida, para os ciclos e mudanças de estação.

Toda preparação pré adversidade é fundamental e pode servir de instrumental para os momentos de dificuldades. Mas o que tudo define é a postura, a atitude que se projeta quando se está no caldeirão da transitoriedade.

Como a impermanência é a lei definitiva da vida, a transitoriedade, os momentos de instabilidade, são estações de mudanças, mais radicais, mais intempestivas. É a batalha propriamente dita. E o que define o ponto chave, a vitória ou a derrocada, é a atitude do individuo frente à realidade, ao confronto a que está submetido, sua força para olhar de frente os problemas, sua capacidade de aceitar o novo e sua maleabilidade para mudar o precisa ser mudado transformando a realidade. 

Nesta hora não adianta chorar, espernear, gritar, reclamar, implorar, fazer-se de bonzinho. Essa é a hora da verdade. É a hora do acerto de contas.
A vida é IMPLACÁVEL. 
Não se deve esquecer:


PASSARIM ALEGRE É COMIDA DE GATO.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ONU ALERTA!



Há momentos na vida em que mesmo que saibamos de onde viemos, entramos como que no Tempo do Lusco Fusco, envolvidos no espaço por densa névoa, que não nos permite vislumbrar com clareza aonde chegaremos.
Se olharmos com mais acuidade a gestalt da vida, constataremos que esses não são momentos raros, ao contrário, eles acontecem de forma ininterrupta, pois essencialmente envolvem o futuro que é tempo que não se mostra acessível ou passível de nos permitir saber que distância nos permitirá atingir.
Somos como que luz na noite estrelada que se mostra brilhante, para no momento seguinte desaparecer na escuridão. Um Flash, não mais que um flash.
Por isso penso que a cada minuto da vida precisamos de cautela para atravessar o plasma deste espaço desconhecido.
E quanto mais envelheço, mais tenho certeza de que para atravessar esse espaço Plásmico precisamos de leveza.  Ser leve. “Leve... muito leve, leve, leve, leve. Pluma”.

Tenho visto pelo mundo afora muita gente, afobada, atormentada, ansiosa, angustiada, desesperada, acelerada, correndo. Em nome de quê? NINGUEM SABE! Eles só sabem que estão em ritmo de aventura para lugar algum, vivendo a desarmonia de uma sensorialidade em frangalhos, conturbação.
E esses desesperados se fazem pesados, densos, agressivos, compulsivos, apegados, materialistas. E só conseguem correr no entorno do próprio umbigo. Como sofrem! Acabam se socorrendo na pesada química dos laboratórios que produzem “Drogas Legalizadas”.

“Segundo o relatório anual divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à ONU, O uso abusivo de medicamentos controlados cresce rapidamente no mundo e já supera todo o abuso somado de heroína, cocaína e ecstasy.
 Nos EUA, o abuso dos medicamentos "já é a segunda questão mais importante do abuso de drogas, depois da maconha", disse o texto, apontando a existência de 6,2 milhões de norte-americanos viciados em remédios em 2008. Na Alemanha são aproximadamente 2 milhões de viciados" e no resto do mundo nem se fala.


Pensando com cautela é possível que 10% da população mundial possa ser composta por dependentes químicos de drogas farmacêuticas.  Aproximadamente 10% da população mundial sofre de Depressão, adicione a isso àqueles que trabalham turbinados por arrebites; os Ansiosos que amortecem o desequilíbrio com calmantes; e os estressados que vivem em desconforto corporal. 
O percentual aumenta significativamente se considerarmos, os Alcoólicos e aqueles outros que fazem uso "social diariamente", e os que fazem uso de drogas ilícitas. Consequentemente, 10% de dependentes é uma baixa estimativa. Aproximadamente: 700000000 (setecentos milhões) de pessoas pelo mundo afora.

Com menos cautela e não menos realidade esse número está subestimado. Se abandonarmos a cautela e formos um pouco mais realista,  pode-se pensar em 25% da população  como dependentes de algum tipo de droga (lícitas e ilícitas), ou seja: 1.750000000, Um Bilhão Setecentos e Cinquenta milhões de pessoas podem viver amortecidos por algum tipo de composto químico.
Simplesmente assustador. Valha-me Deus! Se você não faz parte de nenhum desses grupos, agradeça. Para mim esse é apenas um reflexo do pior em que a civilização consegue deformar as pessoas.
Bom! como opção pessoal continuo preferindo o ar puto, os aromas  de todas as matizes possíveis, e a SOBRIEDADE.
Para ser mais verdadeiro, 

Viver em estado Sóbrio é absolutamente INEBRIANTE. 

E o amortecedor mais fantástico da vida 
continua sendo uma  boa NOITE DE SONO, 
recheado de sonhos.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PORTAL 3


 Vulcão Anak Krakatau

 A vida é sempre uma experiência  fantástica, mesmo no dia mais comum.
Vou contar um segrêdo: Quando tinha aproximadamente 30 trinta anos
escrevi um livro que nomeei : Aqui Jazz.
Falava sobre os caminhos possíveis da evolução do planeta Terra. 
Nunca foi publicado mas norteou toda uma linha de estudos em minha trajetória.
Foi como se ali estivesse traçando tudo o que estudaria mais profundamente
para meu enriquecimento pessoal e profissional.
Naqueles escritos comecei a me interessar pelas forças Titânicas e incontroláveis da natureza.
Ainda hoje não consigo desviar o interesse por essas forças
em um planeta em permanente dinâmica de transformação.
Os Vulcões me atraem sobremaneira e acredito que um dia ainda terei a graça de
assistir a uma Erupção Vulcânica In Loco.
Essa madrugada fui buscar algumas pessoas no aeroporto vindas do Chile,
 e para minha alegria, fui surpreendido com um presente que recebi dos visitantes.
Sem que nunca tivessem sabido desse meu interesse pelos vulcões,
me presentearam com amostras de lavas de um vulcão chileno.
Convenhamos, que é um objeto inusitado, praticamente atravessaram um continente carregando lava vulcanica para me presentear sem que nunca tivessem tido informações sobre o meu interesse por lava.
Eu adoorei, a surpresa, e a recebi como graciosamente especial.
Para falar a verdade me emocionei com esse  mistério da vida, receber rochas de lava vulcânica, e ter em mãos o MAGMA TERRESTRE. 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PORTAL 2

 
continuação...
O que venho tentando dizer é que: Apesar de vivermos num mundo aparentemente ordenado, e nesta ou em qualquer outra dimensão elas o são, o universo pela sua grandeza e profusão energética, não  é  blindado em sua totalidade, e o que visualizo é que existe um permanente fluxo de energia de uma dimensão para outra para que os sistemas possam se regular.
Se pensarmos na dinâmica de vida do planeta terra já constatamos que os reinos se interagem numa dinâmica permanete de transformação. Todos os sistemas, bem como todas as formas e estados da matéria e elementos contribuem na definição do equilibrio global. Por que a dinâmica universal seria diferente?
Não o é!

O que isso tem de importância para nós? Se vivemos num universo que possui como característica essa comunhão energética, aprendendo a reconhecer os sinais dessa dinâmica podemos nos pautar em nossas ações, abrindo possibilidades maiores de realizar escolhas em nosso benefício.
Muitos saem atirando a esmo na tentativa de acertar um alvo. Pode ser mais estratégico localizar alvos para definir nossos propósitos.

o Zen é sábio quando nos indica o caminho do meio, mas é mais sábio quando nos indica que há o tempo da ação e da não ação, do movimento e do não movimento. E esta Janela Coletiva (Quaresmal) que agora se abre é um tempo propício à preparação, ao aprimoramento e desenvolvimento. 

sábado, 20 de fevereiro de 2010

PORTAL

 
 

A imagem acima é a representação da configuração dos eletrons do ouro.Gostaria de utilizá-la para falar em portal coletivo e tentar clarear os conceitos que abordei anteriormente. Sei que não deveria tentar tarefa tão inglória, pela complexidade do desconhecido, mas sou um brasileiro persistente na ideia de compartilhar.

Hermes Trimegistus já anunciava na Tábua de esmeralda:

“É verdade, certo e muito verdadeiro:
O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma única coisa.
E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.
O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua alma;
O Pai de toda Telesma do mundo está nisto.
Seu poder é pleno, se é convertido em Terra.
Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia.
Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores.
Desse modo obterás a glória do mundo.
E se afastarão de ti todas as trevas.
Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:
Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido.
Assim o mundo foi criado.
Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas.
Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistus pois possuo as três partes da filosofia universal.
O que eu disse da Obra Solar é completo.”

A imagem acima é apenas ilustrativa. Ainda que o OURO seja a matéria perfeita para a alquimia. Eles não conheciam o URANIO, DEUTÉRIO, PLUTÔNIO. Me aproveitando da projeção reflexiva, estou considerando o macro cosmos como semelhante ao microcosmos, ou apenas em grande dimensão o resultado Macro cósmico da micro ordenação.

Considere cada elétron (cada bola amarela) como uma dimensão possível, e considere as linhas de níveis como ligações de portal que se formam e se desfazem. Como todas as dimensões estão conectadas essa dinâmica permite a manutenção da ordem energética do cosmos.

Alguma semelhança com uma Mandala?
Naturalmente. A Mandala é apenas uma representação arquetipica e projetiva desta ordenação

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

DIMENSÕES


Sistemas de Cores, séc. XVIII, de Moses Harris
 
Considerei como uma Janela Coletiva esse tempo que coletivamente abre a possibilidade para o indivíduo aglutinar forças pessoais que lhe serão valiosas nos momentos de transição e de transformação. Considerando o calendário ocidental e cristão, a semana santa é um outro momento favorável, e se existem outras janelas, estas se fazem em momentos rápidos e curtos ao longo do ano. 
Poderia chamar de Portal essa construção virtual que realiza uma abertura extradimensional no espaço e num tempo único, durante um intervalo. O fenômeno favorece um realinhamento energético, uma troca, entre dimensões diferentes, produzindo uma reordenação de sistemas extradimensionais.
Quando pensamos em vida, a consciência limitada que experimentamos, nos aprisiona em conceitos  restritos à nossa dimensão e não nos damos conta de que essa dimensão em que estamos inseridos constituí um sistema que integra junto com outras dimensões e seus sistemas um único macro sistema.

Para dar uma idéia me distraí criando uma imagem que pudesse mostrar a noção do conceito que construo,


 
mas enquanto montava, me veio a imagem da paleta de cores realizada por Moses Harris a partir da união das extremidades do espectro, primeira imagem do post.

Se a interação de três cores primárias, forma as 18 cores prismáticas, podemos ter uma ideia da interação multireal dessas dimensões.
A Física considera, hoje, a existência de 14 dimensões possíveis.
Se considerarmos as nossas três referências básicas da realidade no espaço (altura, largura, profundidade) podemos concluir que existem pelo menos, como nas cores, 18 dimensões possíveis no universo, a partir da natureza energética da matéria.
Jung nos relata em seu "Livro Vermelho" a viagem onírica que fez aos seus ancestrais onde esboçou  a idéia de uma realidade em duas dimensões (ausência de profundidade), como nos sonhos, onde os seres teriam retroagido a uma dimensão inferior, onde estariam aprisionados à espera de que seus descendentes pudessem libertá-los com  o aprimoramento do conhecimento adquirido na terceira dimensão. 

Assim podemos interagir com dimensões que não percebemos como esses dimensões se interagem numa dinâmica que varia com o espaço por onde passam no universo.

Considerando essas possibilidades é que visualizo essa Janela Coletiva criada por uma disposição mental da humanidade ao longo dos dois últimos milênios.

As imagens são apenas ilustrativas para facilitar a compreensão.




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

INTERREGNO QUARESMAL


Um dos aspectos mais desconcertantes da vida moderna é a aceleração do Tempo PSY, e dos ritmos das funções corporais, que tentam acompanhar a aceleração do Tempo da vida moderna.
Vivemos um momento especial do processo de industrialização iniciado no século XIX. Poucas ou raras são os grupos humanos que não participam deste processo. Mas mesmo que consideremos as diferenças de inserção nessa modernidade, não sei dizer se mais felizes são os inseridos ou os excluídos. Naturalmente ter acesso ao que, de melhor, essa civilização humana desenvolveu ou conquistou é uma aventura fantástica e inimaginável a ancestrais de poucas gerações atrás. Mas o acesso a essas conquistas fantásticas nos exige, ainda, pagar um preço que em princípio parece-me mais caro dos que os benefícios advindos dela.
Eu sei, muitos não concordarão, facilmente acreditam que o preço que se paga é baixo.
Pode ser. Eu não me iludo. Ainda que aceite pagar esse preço, estando inserido e participando deste mundo, ainda creio que ele é alto. Muitos são os aspectos favoráveis, acesso a máquinas, instrumentos, lugares, materiais e informações que enriquecem e facilitam a vida de qualquer um.
Mas quando penso em Saúde, física e mental, fico perplexo com a proximidade do homem moderno com o desequilíbrio de seu sistema. é como se permanentemente andássemos no fio da navalha, pressionados ao limite, exigidos ao máximo, cobrados severamente, tensionados, em nossas fibras a cada momento, esticados, comprimidos. E isso me parece assustador. Qualquer que seja o indivíduo, independente de qualquer variável está submetido a esse processo coletivo.
Óbvio, que existem exceções, e elas não são definidas por poder econômico, mas por escolhas inteligentes realizadas ao longo da vida do indivíduo. Esses se protegem dentro do sistema, através de limites, filtros e renúncias.
Por isso é que o significado da Quaresma cristã, na modernidade, se faz muito, mas muiiito mais importante do que no passado.Ela deixa de ser apenas uma prática cristão é se faz transcendental. Porque em nosso tempo ela surge como uma possibilidade, como um exercício excepcional, quaisquer que sejam as mudanças temporárias que o indivíduo se proponha, de disciplina. Um interregno que permiti ao indivíduo a reconstrução do equilíbrio, após um longo ano de excessos, de desconstrução.
Um tempo em que o coletivo abre esta janela para ser usada  sem pressão e cobranças. Como a chamada do coletivo é exigente, neste momento essa janela é permitida, passa despercebida, é respeitada, compreendida, sem se mostrar ameaçadora. Mesmo que o chamado para a mistura continue, o interregno se mostra mais possível.
A QUARESMA é transformou em uma JANELA COLETIVA, um interregno arquetípico, símbolo de metamorfose, transformação e renascimento, que permite ao ser humano aproximar-se do eixo da vida, através de escolhas que podem ser feitas como exercícios e experimentação de domínio sobre si mesmo, independente do olhar de religião. Um instrumento de sobrevivencia de conexão com o eixo do mundo, com o divino.

O TEMPO: Dentro da religião a quaresma é esse período de quarenta dias, compreendido entre quarta-feira de Cinzas e domingo de Páscoa, em que a Igreja Católica honra com jejuns, abstinência de carnes e outros sacrifícios a paixão e morte de Jesus Cristo. Mas esse símbolo referencial dentro do cristianismo se transformando em arquétipo, depois de dois milênios, para a sociedade e para a nossa civilização. Um simbolo de resgate e de conexão do homem com o divino, não necessariamente de submissão (a submissão está inevitavelmente inserida na condição da vida) mas de relação e integração e associação. À medida em que o ser humano se distancia desta conexaõ ele é re-envolvido em novas linhas de conexão. Já que sua consaciência não é meramente uma aquisição humana, ela transcende a dimensão humana como produto da matéria. E assim sendo a matéria divina providencia sua proteção, não deixa ao sabor humano essa propriedade de direito.
Ao longo deste período buscarei abordar as possibilidades de uso dessa Janela Coletiva, que tendo sido aberta aos cristãos, em nossos dias ultrapassa essa dimensão de prática da religião para avançar como demanda global, permitindo a todos, independente da religião professada, essa prática de realinhamento e conexão com o DIVINO. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

QUARTA FEIRA DE CINZAS

     
 
      Memento homo,

quia pulvis es, et in pulverem reverteris.




           Lembra-te homem,

que és pó, e em pó te hás de converter.

 
"Passa S. Agostinho da sua África à nossa Roma, e pergunta assim:
Ubi sunt quos ambiebant civium potentatus? Ubi insuperabiles imperatores? Ubi exercituum duces? Ubi satrapae et tyranni ?
Onde estão os cônsules romanos? Onde estão aqueles imperadores e capitães famosos, que desde o Capitólio mandavam o mundo? Que se fez dos Césares e dos Pompeus, dos Mários e dos Silas, dos Cipiões e dos Emílios? Os Augustos, os Cláudios, os Tibérios, os Vespasianos, os Titos, os Trajanos, que é deles?
Nunc omnia pulvis:
Tudo pó; 
Nunc omnia favillae: 
Tudo Cinza;
Nunc in paucis versibus eorum memoria est.:
não resta de todos eles outra memória, mais que os poucos versos das suas sepulturas.
 Meu Agostinho, também êsses versos que se liam então, já os não há: apagaram-se as letras, comeu o tempo as pedras; também as pedras morrem:
Mors etiam saxis, nominibusque venit. Oh! que memento este para Roma!"
Sermões/Padre Antonio Vieira 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

NASRUDIN 2

 
Nasrudin tinha uma lado asiático, um tanto indiano, e um bocado oriental,
parecença com conteúdos e posturas, zens e sufis misturadas com a inteligência confuciana.
Sutís realidades.

O REI FALOU COMIGO


Nasrudin retornou da capital imperial, e os cidadãos do vilarejo juntaram-se a sua volta para ouvir o que tinha a dizer. "Serei breve", disse Nasrudin, "e concentrarei minhas observações sobre o ensejo na simples afirmação de que o meu maior momento foi quando o rei falou comigo." Estupefatos diante de tal prodígio e inebriados pelos reflexos de tamanha glória, a maior parte dos cidadãos debandou e pôs-se a caminho, discutindo aquele maravilhoso acontecimento.
O menos sofisticado de todos aqueles camponeses permaneceu por ali, e perguntou: "O que disse Sua Majestade?" "Estava do lado de fora do palácio, quando ele apareceu e falou comigo, em alto e bom som, para quem quisesse ouvir: 'Saia do meu caminho!" O simplório camponês deu-se por satisfeito. Agora, tinha escutado, com seus próprios ouvidos, as palavras que, de fato, foram proferidas por um rei.

VACA COM BEZERRO
O Mullá foi ao mercado vender sua vaca, mas ninguém queria comprá-la. Apareceu um vizinho e disse: "Deixe-me tentar, você está fazendo tudo errado". "Tenho que aprender essa arte", pensou o Muilá. "Vaca de primeira classe, com um bezerro para daqui a cinco meses!", berrou o vizinho. O animal foi vendido imediatamente. Ao chegar em casa, Nasrudin deu de cara com um jovem rapaz, que se apresentava para sondar acerca das possibilidades de casar-se com sua filha. Tudo o que o Mullá fez foi testar sua habilidade recém adquirida... Ficou assombrado com a velocidade com que o pretendente abandonou a casa.


UM MOMENTO NO TEMPO

"O que é Destino?", foi a pergunta feita a Nasrudin por um estudioso, "Uma sucessão interminável de eventos entrelaçados, um influenciando o outro." "Não é uma resposta muito satisfatória. Eu acredito em causa e efeito." "Muito bem. Veja só aquilo", respondeu Nasrudin, apontando um cortejo que passava justo por aquela rua. "Aquele homem está sendo levado à forca. Por que será? Por que alguém lhe deu uma moeda de prata que lhe permitiu comprar a faca com a qual cometeu um assassinato? Ou por que alguém testemunhou o crime? Ou foi por que ninguém o impediu de cometê-lo?"

OURO, O MANTO E O CAVALO

"Não posso ter um emprego", disse Nasrudin, "porque já estou a serviço do Todo-Poderoso". "Nesse caso", disse sua mulher, "peça-lhe um salário, pois todo empregador tem que pagar”. Bastante razoável, pensou Nasrudin. "Até agora não fui pago, pelo simples fato de nunca ter pedido nada", disse em voz alta. "Então é bom você ir e pedir-lhe." Nasrudin foi ao jardim, ajoelhou-se e clamou: "Ó  Allah, mandai-me cem moedas de ouro, pois tudo aquilo que já fiz em vosso serviço vale ao menos essa quantia como paga."
Seu vizinho, um agiota, pensou em fazer uma brincadeira. Pegou uma sacola com cem moedas de ouro e jogou-a janela abaixo. Sem perder a altivez, Nasrudin levantou-se e levou o dinheiro até sua mulher. "Sou um dos santos", disse a ela. "Aqui estão meus atrasados," Ela ficou muito impressionada. Não demorou muito para que o vizinho, desconfiado daquela sucessão de homens fazendo entregas de comida, roupas e mobília na casa de Nasrudin, fosse cobrar seu dinheiro de volta. "Você me ouviu clamando pelo dinheiro e agora finge que ele é seu", disse Nasrudin, "Este dinheiro nunca será seu." O vizinho disse que o levaria a um tribunal de justiça sumária. "Não posso ir deste jeito", disse Nasrudin. "Não tenho roupas adequadas, nem sequer um cavalo. Se comparecermos juntos ao tribunal, o juiz, diante da minha aparência maltrapilha, julgará preconceituosa mente a seu favor." O vizinho despiu seu próprio manto e ofereceu-o a Nasrudin, Ofereceu-lhe ainda seu próprio cavalo e foram ter com o cádi (juiz). Primeiramente foi ouvido o reclamante. "Qual é sua defesa?", perguntou a Nasrudin o nobre magistrado, "Que o meu vizinho é louco." "De que evidências dispõe, Mullá?" "Que evidência melhor que aquela proferida de sua própria boca? Ele pensa que tudo lhe pertence. Se perguntar-lhe sobre meu cavalo, ou até mesmo sobre meu manto, vai dizer que são dele. Imagine só o que dirá com respeito a meu ouro.” "Mas é tudo meu!", berrou o vizinho. O caso foi encerrado.

POR QUE ESTAMOS AQUI


Certa noite, Mullá Nasrudin caminhava por uma estrada deserta, quando avistou um tropel de cavaleiros vindo em sua direção. Sua imaginação começou a funcionar; viu-se capturado e vendido como escravo, ou forçado a fazer parte do exército. Nasrudin saiu correndo, escalou o muro de um cemitério e deitou-se numa cova aberta. Perplexos diante daquele estranho comportamento, os homens - viajantes honestos - foram atrás dele. Encontraram-no estirado, tenso e tremulo. "O que está fazendo nesta cova? Vimos você fugindo. Podemos ajudá-lo?" "Só porque podem fazer uma pergunta, não significa que se possa respondê-la diretamente", disse o Mullá, que agora se dava conta do ocorrido. “Tudo depende do seu ponto de vista”. Entretanto, devem saber que - eu estou aqui or causa de vocês, e vocês estão aqui por minha causa."

domingo, 14 de fevereiro de 2010

NASRUDIM



Nesses dias de CARNAL val, vou brindá-los com pequenas histórias, as que se seguem são de NASRUDIN


O SANTUÁRIO

O pai do Mullá Nasrudin era o respeitadíssimo guardião de um santuário, abrigo do túmulo de um grande mestre, e local de peregrinação que atraía tanto a crédulos como a buscadores da Verdade. Era de se esperar, pelo curso natural dos acontecimentos, que Nasrudin viesse a herdar aquela posição. Mas logo após seu décimo quinto aniversário, quando passou a ser considerado um homem, decidiu seguir a velha máxima: "Busca o conhecimento, ainda que seja na China". "Não tentarei te dissuadir, meu filho", disse o pai. Então, Nasrudin selou um jumento e pôs-se a caminho. Visitou as terras do Egito e da Babilónia, vagou pelo Deserto da Arábia, foi para o norte em direção a Iconium, Bokhara, Samarkanda e às montanhas do Hindu-Kush, associando-se a dervixes e sempre avançando rumo ao Extremo Oriente. Após um desvio peloTibete, lá ia Nasrudin atravessando com grande esforço as cordilheiras de Kashmir, quando sucedeu que seu jumento, sem conseguir superar a atmosfera rarefeita e as privações, desfaleceu e morreu. Uma tristeza profunda abateu-se sobre Nasrudin,pois o jumento havia sido o único companheiro de todas as jornadas, que já duravam 12 anos ou mais. Com o coração partido, enterrou seu amigo e ergueu sobre a sepultura um singelo montículo de terra. Ali permaneceu em meditação silenciosa; sobre sua cabeça, projetavam-se imponentes montanhas, lá embaixo, impetuosas torrentes. Os viajantes da rota das montanhas entre a índia e a Ásia Central, China e os santuários do Turquestão não tardaram em perceber aquela figura solitária, ora chorando a perda infligida, ora de olhos pregados nos vales de Kashmir. "Sem dúvida deve ser o túmulo de um homem santo", disseram uns aos outros, “e não um qualquer, de poucos dons, haja visto como seu discípulo lamenta sua morte. Ora, está por aqui há alguns meses e seu pesar não dá sinais de esmorecer”. Não tardou para que passasse um homem rico, que ordenou fosse ali construído, em sinal de devoção, um imponente santuário. Outros peregrinos aplainaram os terrenos montanhosos, à volta nos quais plantaram sementes, cujos frutos destinavam-se à manutenção do santuário. A fama do Dervixe em Luto Silencioso propagou-se de tal maneira, que acabou chegando aos ouvidos do pai de Nasrudin, que, imediatamente, veio em peregrinação ao local santificado. Assim que viu Nasrudin, perguntou-lhe o que havia sucedido. Nasrudin contou-lhe tudo. Perplexo, o velho levantou as mãos para o céu: "Saiba, ó filho meu", exclamou, "que o santuário no qual cresceste e que abandonaste foi erguido exatamente da mesma maneira, através de uma cadeia similar de eventos, quando meu próprio jumento morreu, uns 30 anos atrás."


SE DEUS QUISER
Uma noite, Nasrudin comentou com a mulher:
-Se amanhã chover, vou cortar lenha; se fizer tempo bom, vou arar a terra. Sua mulher advertiu-o: Diga: se Deus quiser! Nasrudin, diga: se Deus quiser!
Ele se irritou: “Por que vou ter que dizer se Deus quiser’”?
Com toda certeza farei uma coisa ou outra.
No dia seguinte, o tempo estava bom. Nasrudin saiu para arar a terra, mas quando estava prestes a pegar no arado, começou a chover. Pôs-se então a caminho do bosque para que aí cortasse lenha, mas não tardou em cruzar com um homem a cavalo, que lhe perguntou: Como se faz para chegar a tal povoado?
-Não pergunte a mim, não sei! respondeu Nasrudin, e tratou de seguir seu caminho. o homem ameaçou-o com um chicote e ordenou: - Pare! Vai me ievar ao tal povoado.
Nasrudin não teve outro remédio a não ser trocar de rumo. Acompanhou o homem ao povoado que, por sinal, era muito longe dali. Só pôde voltar para casa já bem tarde da noite. Bateu à porta, e sua mulher, lá de dentro, perguntou cautelosa:
-Quem é?
- Nasrudín, se Deus quiser!

A FELICIDADE NÃO ESTÁ ONDE SE PROCURA
Nasrudin encontrou um homem desconsolado sentado à beira do caminho e perguntou-lhe os motivos de tanta aflição. "Não há nada na vida que interesse, irmão", disse o homem. "Tenho dinheiro suficiente para não precisar trabalhar e estou nesta viagem só para procurar algo mais interessante do que a vida que levo em casa. Até agora, eu nada encontrei." Sem mais palavra, Nasrudin arrancou-lhe a mochila e fugiu com ela estrada abaixo, correndo feito uma lebre. Como conhecia a região, foi capaz de tomar uma boa distância. A estrada fazia uma curva e Nasrudin foi cortando caminho por vários atalhos, até que retornou à mesma estrada, muito à frente do homem que havia roubado. Colocou a mochila bem do lado da estrada e escondeu se à espera do outro. Logo apareceu o miserável viajante, caminhando pela estrada tortuosa, mais infeliz do que nunca pela perda da mochila. Assim que viu sua propriedade bem ali, à mão, correu para pegá-la, dando gritos de alegria. "Essa é uma maneira de se produzir felicidade", disse Nasrudin.

FISGADO


O rei enviou uma delegação em missão secreta às zonas rurais, para que se encontrasse um homem modesto que pudesse ser designado para juiz. Nasrudin acabou sabendo disso. Quando a delegação, fazendo-se passar por um grupo de viajantes, visitou Nasrudin, verificou que ele tinha uma rede de pesca enrolada nos ombros. Um deles perguntou: "Diga-nos, por favor, por que usa esta rede?. "Simplesmente para recordar-me da minha origem humilde, pois um dia já fui pescador." Pela força deste nobre sentimento, Nasrudin foi nomeado juiz. Um dia, ao visitar sua corte, um dos oficiais que estivera naquela delegação perguntou-lhe: "O que aconteceu a sua rede, Nasrudin?. "Com toda certeza", respondeu o Mullá-Juiz, "não há necessidade de uma rede quando já se fisgou o peixe”.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

AGRESSIVIDADE

Doctor Amy Bishop, the assistant biology professor 
photo-Bob Gathany / The Huntsville Times

A Violência se manifesta em qualquer lugar do planeta. Em alguns lugares mais do que em outros, a face da agressão se mostra mais destrutiva. Em forma de Ira, Paixão, Vingança o lado destrutivo do ser humano eclode, não importa a classe social. O que pode ser pior: um africano que dilacera pessoas de tribo rival ou uma neurocientista que mata professores no seu local de trabalho.
Tem muita gente que fica horrorizada com a violência dos pobres e releva a violência dos ricos. A violência é sempre violência, não importa onde, ou quem a pratica. Não há justificativa. Pode-se tentar entender, mas em geral a explosão destrutiva é resultado de uma série de eventos, ao longo de um tempo impreciso. Para mim já é apenas um sintoma de um desequilibrio que se manifesta ou que foi relevado. É a eclosão, como manifestação, da mais densa força humana. Uma força que pode construir ou destruir, que pode mobilizar uma transformação ou que transforma na radicalidade. Imaturação no processo de desenvolvimento ou configuração neural adaptada ao desquilibrio, sem controle.

Por um lado a sociedade fortalece a demanda pela competição agressiva. Induz o individuo a manifestar sua ação ativa e exige-lhe agressividade. Por outro exige-lhe domínio e limites por regras jurídicas severas. Alimenta-o com agro-tóxico e cuida de sua saúde com  química pesada, conforta-o com benzodiazepínicos e regula seu humour com prozacs. Envenena-o. Desequilibra-o e exigi-lhe sanidade.

Continuo acreditando que:
SOMOS O RESULTADO DE NÓS MESMOS,
DE NOSSAS ESCOLHAS,
E CHEGAMOS AONDE FIZEMOS PARA CHEGAR. 

No caso desta energia agressiva, sempre digo:
É uma energia cumulativa, onde o corpo cada vez que a expressa, mais aumenta o seu limiar de resistência à sua mobilização, o que obriga o individuo a despender mais energia para mobilizá-la. Naturalmente a energia será cada vez mais poderosa e destrutiva, e atingirá o estágio manifesto de IRA ( limite destrutivo, vida X morte).
 Por isso, para mim o comportamento agressivo é resultado da formação de um Complexo Autônomo que vai se formando e se fortalecendo cumulativamente. É a formação e constituição de um individuo, pelo proprio individuo, dentro dele. este núcleo autônomo a partir de um determinado limite passa a ter autonomia e passa a se manifestar por si-mesmo.
Uma longa tragetória.

Paradoxalmente a energia agressiva é densa e percorre ocaminho contrário da energia não agressiva, Calma, que é leve e alimenta a calmaria. O individuo agressivo será cada vez mais agressivo e o indivíduo que alimenta a calma, a tolerância, a paciencia será cada vez mais calmo, paciente e tolerante.
a energia não agressiva não é cumulativa ela é refinada. Aumenta o limiar de resistência cada vez que é expressa, ficando mais sutil.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PODER PESSOAL


Se a modernidade do momento nos exige além das forças,
e se respondemos indo além do que podemos,
essa é uma boa hora para escorregar.
Quando o individuo 
supera a força da atração que o coletivo exerce sobre ele,
 aumenta o poder pessoal de fazer escolhas
 mais adequadas para o que vive.
 No Zen encontramos:
Se estou com fome, eu como.
Se tenho sede, eu bebo.
Se tenho sono, durmo.
Se a necessidade é misturar-se à confusão,
Viva o PECADO, queime carma ou produza miasmas,
o inferno imperativo do desejo.
Se o desejo é de Paz,
Recolha-se para o repouso.
MEDITE.
Procure lugares onde possa encontrar silêncio,
se afaste do coletivo,
e cumpra-se o destino que ninguém e de ferro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

LAPIDAR

Diamante Wittelsbach

A vida pela lente da realidade pode parecer madrasta. E a dinâmica de envelhecimento, provavelmente, seja a mais drástica punição. Nascer, envelhecer e morrer.

Envelhecer é como cristalizar o bom que conquistamos e o mal que incorporamos. É como um processo de Lapidação. Se for bem realizado o belo é realçado, se mal feito, o trabalho equivocado é realçado.

Muitos, em geral, se dedicam na vida às tarefas que definiram e escolheram como “importantes” e deixam de dar importância ao que a vida sinaliza como primordial.

Eu considero o aprimoramento como pré-condição básica de qualquer processo de maturação bem realizado. Não dá para, simplesmente, relevar como coisa insignificante. E esse resultado aparece na dinâmica de envelhecimento.

Muitos narcísicos buscam desesperadamente resgatar a beleza da juventude e se esquecem da beleza da jovialidade. Ficam assim, com a aparência de jovens deformados, aparentemente belos já que o comportamento de jovem envelhecido se mostra um biótipo estérico (tipo de arranjo do átomos no espaço), em desarranjo, em má formação.

Na velhice as mazelas são realçadas, as neuras afloram mais caracterizadas e definidas e as defesas se multiplicam como que para proteger o individuo do sofrimento. Mas este se torna implacável. Dores surgem de todos os lados e de todas as formas possíveis. O que antes era possível esconder se mostra descaradamente explícito. É este resultado que eu chamo de vida madrastra, punitiva, implacável na cobrança. Não há escape, nem o passamento resolve, já que a memória atômica está registrada na matéria, e ela não se desintegra neste estágio.
Não há juventude que resiste ao Tempo, com exceção da juventude e do frescor do Espírito. Com o aprimoramento mantemos a jovialidade, uma jovialidade inimaginavelmente mais leve, flexível e fresca do que a dos jovens, que em geral estão encantados e obnubilados pela superficialidade dos reflexos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FALAR COM DEUS

  

SE EU QUISER FALAR COM DEUS
Se eu quiser falar com Deus

Tenho que ficar a sós

Tenho que apagar a luz

Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz

Tenho que folgar os nós

Dos sapatos, da gravata

Dos desejos, dos receios

Tenho que esquecer a data

Tenho que perder a conta

Tenho que ter mãos vazias

Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus

Tenho que aceitar a dor

Tenho que comer o pão

Que o diabo amassou

Tenho que virar um cão

Tenho que lamber o chão

Dos palácios, dos castelos

Suntuosos do meu sonho

Tenho que me ver tristonho

Tenho que me achar medonho

E apesar de um mal tamanho

Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus

Tenho que me aventurar

Tenho que subir aos céus

Sem cordas pra segurar

Tenho que dizer adeus

Dar as costas, caminhar

Decidido, pela estrada

Que ao findar vai dar em nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Do que eu pensava encontrar

Gilberto Gil -1980

domingo, 7 de fevereiro de 2010

SÍMBOLOS

 

O  PONTO como origem de todos os sinais  é também sua essência máis íntima. Se no passado este era o início do estudo dos símbolos, no presente o ponto (pixe) se mostra a base de construção de toda a modernidade virtual, de onde poderemos seguir para mundos inimagináveis levados por caminhos dessa natureza fantástica.

Hoje acordei depois de um sonho onde dialogava com outras pessoas sobre o significado de símbolos, e me passaram esse pensamentos:

  • Quando o conceito é bem comprendido o Símbolo fica mais acessível ao mergulho;
  • Os símbolos são constituidos de uma imagem que origina um conceito (simbólico), formando um conjunto: imagem-conceito;
  • Quando se compreende o conceito se faz o caminho inverso da construção simbólica, do conceito para a origem do símbolo e pode se reconstruir o significado do símbolo na criação.
  • O símbolo é uma energia que se configura em imagem com a função de se realizar e de ser integrada à totalidade do ser. Ele tem Função e Intento;
  • A energia é mais do que energia, é forma do impulso ordenado, definido em "intento" e de formação e ordem maior.
  • A energia é dinâmica e movimento sendo acionada por polarizações que a congregam ou a dispersam( universo em retração e expansão).
Quanto mais envelheço mais diabo me aparece!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

ENERGIA

 
Vivemos num universo energético multidimencional. A vida é um grande milagre neste imenso e vasto universo. Somos um delicado milagre  da vida, da natureza e da matéria inteligente organizada.
Por isso, essa jornada se faz  inquietante, e independente de nós nos inquieta. São tantas e indecifráveis as influências que nem se pode inumerar o desconhecido que atua em nós sem que tenhamos uma mínima idéia.  Por isso chamo de milagre o que somos. Feliz Sábado.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ESCOLHAS


 
No livro A  Arte da Guerra, Sun Tzu ensina que na batalha, entre avançar desordenadamente ou recuar, a melhor estratégia é recuar para se fortalecer. Sábio. Muitos se utilizam esta justificativa para evitar as dificulades em realizar avanços ou se desgarrar do passado, e assim recuam em escolhas decisivas durante a jornada da vida. Elas se justificam na necessidade de resgatar seus pedaços para poder seguir para o futuro mais libertas.
Quando escolhemos, podemos fazê-lo por impulso estando preparado ou mal preparado para suportar as consequências, seja de avançar ou recuar. Mas quando estamos mal preparados recuar nem sempre é o melhor caminho.  Às vezes este é o exercicio que a vida nos exige:
  • Enfrentar a diversidade para fortaceler a disciplina, o limiar de resistência, ou um confronto que prepare para que suportemos as consequências do impacto da realidade como exercício de  maturação neurológica necessária à nossa jornada.
Nestes momentos, recuar pode significar consequências mais desastrosas do que avançar. Avançar poderá ser difícil, implicar mais esfôrço para superar dificuldades, mas este esfôrço, de preparo, pode ser a salvação quando à frente a diversidade é maior, assim recuar determinará fracassos mais definitivos.
E não se pode esquecer: a desgraça não pode ser subestimada, em geral, o buraco sempre é  mais profundo do que se imagina.
                   

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

SURPRESAS



CLICK

Há momentos em que me pego observando as facilidades que conquistamos e as dificuldades que se mostram para que as superemos.
No dia a dia, vejo gente que não consegue se desvencilhar das dificuldades
gente que segue pela vida cada vez mais encalacradas.
Outras se empenham em se desvencilhar de seus desafios
mas sempre encontram barreiras, no caminho. Saem de uma encrenca e se descobrem em outra,
o que muito lhes exigem de superação e sofrimento.
Há um outro tipo que parece não encontrar dificuldades, por onde seguem, o caminho flue como um rio que corre. Estes, na vida, parecem-me raras excessões, usam os créditos herdados.
Somos o resultado de duas forças:

  • A que surge no passado, na ancestralidade, que impregna nossa genética e que define os desafios, as superações necessárias e os créditos recebidos;

  • Aquela que já é resultado do poder pessoal acumulado e conquiistado através de nossas escolhas.
A primeira é o desafio maior. Superar o que nossos ancestrais não superaram. Decifrar os enigmas que os antepassados relevaram. Concluir o que eles não concluiram deixando para a geração posterior superar.
Quanto menos os ancestrais avançaram, quanto mais nó eles deixam atados, maiores os desafios a serem superados pelos descendentes.

A VIDA É IMPLACÁVEL!

se não superarmos o que precisa ser superado,
nossos filhos, inevitavelmente, pagarão a conta,
 pagarão nossas dívidas.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

AÇÃO


 
A bandeira dos que têm compulsão pelo “fazer” está ancorada na justificativa de dinamismo, capacidade, determinação, iniciativa, poder de realização, poder de superação, etc. E aí saem pelo mundo como formigas que trabalhando incansavelmente e orgulhosos de exibirem o desapego de si mesmos se esquecem que a ambição que demonstram não ter é o fazer.
O oposto são os que se deixam ficar ao Leo sendo levados pelas ondas dos acontecimentos que os enredam. Se justificam na impotência humana de mudar significativamente alguma coisa neste mundo.

Há muitos anos me aproximei do conceito do Zen, que é o caminho do meio.

Acredito que a arte esteja no bom senso de saber fazer os movimentos de peças deste xadrez na hora certa. Para isso torna-se necessário se fazer observador perspicaz da realidade e leitor de eventos que favorece a identificação dos sinais. Funciona mais ou menos assim:

O observador circula pelo cenário atento aos acontecimentos, percebe o evento e o associa à oportunidade, avalia possibilidades e faz seus movimentos. Dessa forma vai construindo a realidade em que quer estar inserido.

A diferença entre o biótipo acima e o oportunista, é que este pensa que está fazendo o certo, mas apenas se utiliza de qualquer sinal para tirar proveito da situação. Não deixa de ser um tolo egocentrado, descompromissado de todos que só se compromete com seus interesses pessoais.

Nesta jornada nosso poder de interferência, arbítrio, está intimamente ligado com os eventos coletivos nos quais estamos inseridos. Conheci pessoas que saiam atirando em todas as direções acreditando que eram inteligências dinâmicas extraordinárias, seus resultados eram ínfimos, não mais do que qualquer mortal. Perdiam fôlego, ficavam exauridos e para não se perceber fracassadas e não entregarem os pontos miravam um novo objetivo e seguiam como um trator. Quase sempre morriam na praia. Num exercício eterno de repetição Sísifoniana.

A vida não pode ser isso. Lutar permanentemente contra as possibilidades para vencer o quê? Precisamos nos associar às possibilidades, sincronizar o ritmo do universo, caminhar ao seu lado, seguir seus sinais, e realizar aquilo que a vida quer que realizemos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

MEMÓRIA CELULAR



                                      


Hoje revia material instigante e
 deparei-me com este fato que chamou-me a atençao em 23 dezembro passado,
e que agora  posto para ressaltar
 o quanto ainda desconhecemos de nossa natureza.

"David Waters recebeu o coração de Kaden Delaney na Austrália. E não sabia que o "pacote" viria também com um novo paladar. David, de 24 anos, desenvolveu uma vontade insaciável de comer biscoitos salgados do tipo chips, exatamente como o doador do órgão, de 18, morto após um acidente automobilístico.


Antes do transplante, David não tinha a menor vontade de comer snacks. Passava longe deles. Agora, de coração novo, tem desejo de comer diariamente o Burger Rings, salgadinho em forma de anel com sabor de hambúrguer, o preferido de Kaden.

O caso de David é um fenômeno, conhecido como "memória celular", no qual o receptor adquire características do doador. De acordo com a teoria, o cérebro não é o único órgão que armazena memórias ou traços da personalidade. Cientistas afirmam que há, pelo menos, 70 casos documentados de pacientes transplantados que sofreram alguma mudança de comportamento relacionada com o doador.

Outros casos semelhantes:

* Sonny Graham recebeu o coração de Terry Cottle, que havia se suicidado com um tiro na cabeça. O receptor acabou se casando com a viúva e, um certo dia, a deixou novamente viúva: Sonny também se matou com um tiro...

* Uma menina de 8 anos ganhou uma nova chance na vida ao receber o coração de outra criança. Ela então começou a ter pesadelos com um homem assassinando a sua doadora. Os sonhos eram tão claros e precisos que a polícia reabriu o caso e conseguiu chegar até o "assassino". O sujeito foi condenado."