sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ADVERSIDADE

 

Muitos tremem quando o tempo da adversidade chega. De repente a vida tranquila, confortável, onde os acontecimentos fluíam para a prosperidade e para a alegria se transformam e a pessoa se vê mergulhada no deserto, sem água, sem cachorro na mata, ou numa estrada sem fim de dificuldades.

Quando todo o cenário é favorável, confortável, senta-se sobre os louros e come-se caviar. Aí a vida é bela, quase não se é exigido. Com pouco movimentos se faz a vida prosseguir no fluxo do “Bem Bom”.

Mas quando o cenário é desfavorável é que se é exigido na sabedoria, na coragem em enfrentar as adversidades que se apresentam, na confiança de se acreditar filho do divino não por que se é o filho bem aventurado, querido e protegido mas por que se crê no pai que se têm. Tem-se força não por que o sujeito se crê especial mas porque acredita no poder da vida.

Enfrentar dificuldades em nossa jornada quando se tem o cenário favorável é moleza. Enfrentar dificuldades quando o cenário não favorece é ser confrontado na adversidade.

Quem não teme esses momentos, é passarinho alegre.

Sempre penso que períodos favoráveis e confortáveis são períodos especiais voltados para que nos preparemos para as dificuldades.

Todos conhecem a fábula de Esopo, na adaptação de La Fontaine, A Cigarra e a Formiga. Uma trabalha, a outra se diverte cantando, No inverno a formiga descansa e a cigarra enfrenta as dificuldades por não ter se preparado para o inverno. O interessante do simbolismo desta estória é que o problema não se resume a fazer reservas de posses, alimentos ou outras necessidades para os momentos de dificuldades, ele nós diz mais, nos alerta para a impermanência da vida, para os ciclos e mudanças de estação.

Toda preparação pré adversidade é fundamental e pode servir de instrumental para os momentos de dificuldades. Mas o que tudo define é a postura, a atitude que se projeta quando se está no caldeirão da transitoriedade.

Como a impermanência é a lei definitiva da vida, a transitoriedade, os momentos de instabilidade, são estações de mudanças, mais radicais, mais intempestivas. É a batalha propriamente dita. E o que define o ponto chave, a vitória ou a derrocada, é a atitude do individuo frente à realidade, ao confronto a que está submetido, sua força para olhar de frente os problemas, sua capacidade de aceitar o novo e sua maleabilidade para mudar o precisa ser mudado transformando a realidade. 

Nesta hora não adianta chorar, espernear, gritar, reclamar, implorar, fazer-se de bonzinho. Essa é a hora da verdade. É a hora do acerto de contas.
A vida é IMPLACÁVEL. 
Não se deve esquecer:


PASSARIM ALEGRE É COMIDA DE GATO.


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