Hoje acordei envolto numa nuvem de Fernando Pessoa,
Tentei de todas as maneiras lembrar-me de uns escritos seus que já tinha saboreado.
Poema, poesia, ensaio, não me lembrei, a idade já não ajuda,
Só fui agraciado por poucas palavras, um verso talvez.
Queria naquela hora beber da sua lucidez mesmo que ainda opiácia... de palavras.
Mas como não bebo, prefiro ser como um vazio por onde corre um pouco do rio do mundo.
Não me contentei.
Não me lembrei sequer de qual Fernando se Pessoa, se um, se outro ou se aquele outro.
Ele repetia no meu entorno:
“Não entendo as pessoas, elas saem de um lugar onde nada fazem e correm para outro onde nada farão”.
Eu também não entendo essa gente. Estão sempre correndo, só sabem que querem chegar, pensam que sabem onde, mas na verdade só sabem correr. Cada vez mais. E se suas pernas correm, seus pensamentos voam e seus corações acelerados batem descompassados ou descompensados até que explodam.
E tantos estão explodindo por aí. Dizem que é doença do coração,
mas é de inquietação.
Desassossego. De.sas.sos.se.go. Desastre do sossêgo.
Se pelo menos soubessem aonde ir, sofreriam menos e seriam menos infelizes.
Não! Não entendo essa gente.
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