sábado, 30 de janeiro de 2010

RESURRECTU


Eclipse solar em 1999
Provavelmente, um dos ciclos mais difíceis de nossas vidas sejam os períodos de transição, de instabilidade, e de sombras.

Os rituais de passagem nem sempre representam os mais velhos preparando os mais novos para seus renascimentos. Quando já somos um pouco mais independentes, e respondemos por nós mesmos, ainda que coletivamente vivamos rituais de passagens assessorados por outros, existem momentos de transição que não são coletivos já que envolvem dimensões únicas e pessoais, e estes momentos únicos são individuais e nos colocam em situação ou cenário absolutamente distanciados de qualquer possibilidade de intervenção coletiva, em que somos exigidos e confrontados com enigmas e desafios que dizem respeito unicamente a nós mesmos.
Neste momentos não adianta gritar: MÃE!!!!!! Ou gritar como Cristo na cruz; OH! PAI, PORQUE ME ABANDONASTES?

Ele sabia que passaria pela provação, mas sentiu o abandono na passagem, a dificuldade e a solidão.

E nós pobres mortais? É um Deus me acuda! É a hora em que a vaca vai pro brejo, que o saco tá cheio de gatos, que a jamanta desce sem freio a montanha russa da existência. Não Há luz para nos guiar. É a noite escura da alma.

É preciso "muita Calma nesta hora!"

Às vezes, na calma, encontramos a paciência, a tolerância para suportar a provação. Pensando bem... Só com calma podemos encontrar o suporte necessário para sair com vida, transformados e renascidos para a nova vida.

Caso contrário a LEI DO SANSARA se apodera e retornamos ao ciclo da repetição. Repetir para aprender.

Esses momentos tão sofridos são únicos em nossas vidas, e provavelmente seja a nossa única possibilidade de ultrapassarmos o ciclo interminável do Mito de Sísifo, eternamente sendo punido e pagando por não superar a passagem de margem, por não atingir o outro lado, por não se permitir morrer para CONQUISTAR A RESSURREIÇÃO.

Cristo renasceu superando a perplexidade do abandono do Pai e conquistou a ressurreição. Sinal de que essa ressurreição é mais do que uma graça divina e resultado da superação, do enigma decifrado, da transição cumprida.

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