A natureza do ser humano é muito interessante. Somos todos especiais por sermos vivos e conscientes. Mas isto é pouco. A maioria não se contenta com sua natureza especial, Anseia ser mais que o outro.
Melhor que o outro. Ser mais distinguido do que o outro. Ter mais que o outro. Talvez porque assim se sinta distinguida do outro pelo Pai Divino. Ou porque assim se sinta acrescida na construção de sua individualidade, se sinta mais pessoa, realizando o que todos aumejam mas não realizam.
Me lembro de uma pessoa que tinha um sonho: Viajar pelo mundo dando palestras. Lutou muito e conseguiu se tornar um palestrante requisitado. Depois de um tempo vivendo aqui e ali, se descobriu sozinho nos quartos impessoais de Hotéis frios e descobriu que não queria viver a vida ao léo, hora aqui, amanhã ali, longe dos amigos e dos familiares. O encanto acabou. Já estava cansada de conhecer gente. Cheia de gente. Já não suportava o assédio. Preferia a solidão mesmo que não suportasse a solidão do quarto, num canto do mundo que não tinha nada a ver com ela. O sonho se mostrou lindo na fantasia e cruel na realidade. Perdeu a alegria de encantar as pessoas. É duro descobrir que a grande importância é viver. Viver é tudo. Não vivemos porque somos especiais. Somos especiais porque vivemos e experimentamos a consciência de estar ao mundo.
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