quinta-feira, 1 de abril de 2010

NÃO BASTA BONDADE




Não Basta ser BOM. Possivelmente, no passado, a bondade bastasse, como instrumento, para escaparmos com facilidade de grandes provações na vida. Mas a atualidade trouxe junto da modernidade a ampliação de eventos, variáveis, fatos e acontecimentos, das intensidades, dos riscos e aumento das possibilidades de estarmos inseridos em acontecimentos que aparentemente nada tem a ver com a gente.

Paradoxalmente nesse "momento" da sociedade de massa, onde as tribos se multiplicam em quantidade e diminuem em participantes, se tornando restritas como as sociedades secretas, protegidas, nunca na história estivemos tão próximos e tão invisivelmente ligados com desconhecidos que aparentemente não participam de nossas vidas.

As distâncias entre as pessoas aumentaram, pelo numero elevado de indivíduos, mas diminuíram na ocupação dos espaços. Assim, se antes vivíamos em largos espaços ocupados por poucos, hoje estes espaços preenchidos por muitos corpos, aumentaam a proximidade dos elementos e a interação acidental entre eles.

Por isso digo que em nosso tempo não basta ser Bom, não basta a bondade, o mundo moderno nos exige mais. Se antes podíamos viver como em uma ilha, protegidos de invasões numa probabilidade diminuta de cruzarmos o caminho de vidas trágicas, ou de tragédias que não nos diziam respeito, o crescimento e ocupação massiva de pessoas nos aproximaram, de pessoas de todos os tipos possíveis e imagináveis, e principalmente, nos aproximou de seus destinos, de suas tragédias, de seus carmas e até das consequências de suas inconsequências.

A rede da vida ficou mais estreita e sua trama mais complexa.

É preciso compreender isto para não sermos devastados emocionalmente pela imprevisibilidade do mundo e da sociedade. Uma imprevisibilidade que em segundos pode nos envolver nas consequências de ações desastradas provocadas por outros indivíduos, ao nos fazer cruzar caminhos da tragédia anunciada, atraida ou provocada por desconhecidos.

O nosso tempo nos exige mais do que sermos apenas pessoas “bem” intencionadas, virtuosas, generosas, bondosas... Do bem. Esses eram os atributos básicos do homem comum no passado que sinalizavam um bom caminho de vida.

A modernidade nos exige mais. Possivelmente nos exige pressupostos que no passado se exigia de um individuos que se propunham a ser guerreiros, aventureiros, militares, conquistadores, desbravadores: Atenção, observação, prontidão, rapidez nas respostas ao imponderável, disciplina no campo de batalha (dia a dia), resistência, blindagem e suporte e resistência emocional, nos confrontos em que somos envolvidos pela realidade dos acontecimentos.

A religiosidade não é o bastante

Para nos blindar na sociedade moderna.

Precisamos estar mais preparados.

E principalmente, não podemos lastimar nosso destino. Não vangloriar o sucesso ou chorar o infortúnio. Porque os confrontos são batalhas que precisam ser miradas. E nos infortúnios quanto mais ágeis e precisos, mais rapidamente podemos recuperar o eixo e a cpacidade de responder aos desafios.

Caso contrário, seremos devastados por acontecimentos que independem de nós. Destinos que estão no script dos outros, e que foram colocados à nossa frente, em nossos caminhos para que possamos mirar o espelho da vida e aprimorar nossas fragilidades, consubstanciar mudanças e nos preparar para essa certeza definitiva de um futuro imprevisível, misterioso e desconhecido.

Caso contrário, sucumbimos como almas bem intencionadas que apenas servem como matéria para a fornalha do inferno cármico.

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