quarta-feira, 3 de março de 2010

CAFÉ COM ZEN IV





O CAFÉ


Parafraseando o zen...

O Café nada mais é do que isto:

Você escolhe um bom café.

Aquece a água.

Une os dois,

saboreia o encontro

e se permite navegar na alegria.

Com o café não tem meio termo, não existe nada tão pouco zen e provavelmente por isso mesmo ele é como um fogo que aquece o espírito zen, depois, naturalmente, de acendê-lo. Por isso ele deve ser associado com cautela ao dia a dia.

Aqueles que gostam da chama tendem a querer mantê-la aquecida, quando usam em excesso aumentam a fornalha e transcendem a vibração harmoniosa da união do espírito zen com a vibração que o acalenta.

Neste aspecto a fornalha superativada faz o espírito arder além do necessário em vibrações que levam o corpo para estágios mais acelerados e mais instáveis.

Neste estágio o discípulo deve escolher um bom mestre, isto é, um bom café.

Não há como esperar milagre da essência que não foi cuidada no seu nascimento. Se o instrumento não permite afinação não se pode tocá-lo com maestria, a viagem musical fica comprometida.

Cada estágio de evolução está ligado à consciência que temos para atingi-lo, ao que somos capazes de acionar na rede do mundo. O café também assim o é.

Um conhecido, psicanalista freudiano, contou-me um acontecido na sua historia. Uma cliente em sua seção analítica saiu correndo do divã e subiu na janela ameaçando se jogar, a sala ficava no 20 andar de um edifício no centro de Belo Horizonte. Ele ficou paralisado, e a moça ameaçando se lançar no vôo para a morte (Jung relata caso parecido). Ele lembra-se de ter falado que ela podia escolher entre finalizar naquele momento sua jornada ou se transformar em coisa melhor a ser realizada. Ele, muito reservado, disse que a moça não pulou. O que ele queria nos dizer é que nós podemos escolher em que nível de aprimoramento podemos chegar. Existe, os menos exigentes que se satisfazem apenas com o mínimo e outros que sabem que a sofisticação pode ser definida com o refinamento da consciência (isto não quer dizer de maneira nenhuma ter muitas posses).

O café é assim, se ele é de qualidade sua combinação será esplêndida, se foi cultivado, colhido e torrado com descaso, dificilmente ele terá o que oferecer, já que nada recebeu para se tornar pleno.

OBS.:
O Café da  imagem me foi presenteado por Simone Robson, apreciadora de café. Diariamente às 17:00hs ela se permite uma pausa em suas tarefas para tomar um café com requinte de sabor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário