segunda-feira, 1 de março de 2010

CAFÉ COM ZEN II

 

O ZEN



  Para pensar no Café com Zen,

só posso concebê-lo a partir do caminho da

Arte da Cerimônia do Chá

“O Chá nada mais é do isto :

Primeiro você aquece a água,

Depois você prepara o chá.

Depois você bebe adequadamente.

Isso é tudo o que você precisa saber.”

Ensinamento zen

Existe entre nós e o mundo um contato sutil e delicado realizado através dos nossos sentidos. Percebemos o mundo através deste complexo sistema sensorial desenvolvido pela nossa natureza em 160.000 mil Km de rede neural. Assim sendo as luzes, os sons, as sensações táteis quando tocados até mesmo por uma leve brisa é capaz de nos inundar de sensações, os sabores dos alimentos provocam uma explosão sensorial fantástica. Mas nada se iguala a um contato tão poderoso quanto o poder dos aromas e do inodoro.

Para mim só concebo pensar em aromas pensando em cores. Mas o mais poderoso toque que determina toda a nossa relação com o mundo é aquele momento exato em que respiramos. A maioria das pessoas considera a respiração como uma função mecânica e banal. Mas a respiração é a poderosa porta que aberta nos liga è nos sincroniza com o universo.

Aquele exato momento em que o ar, o prana, penetra o corpo e é incorporado pelos alvéolos na corrente sanguínea é o momento mágico em que a vida entre em nós, em que o mundo entre em nós se produz a explosão de vida e de energia dentro do corpo.

Sem este “momentu” não se vive. Se este momento não se realiza na sua plenitude tudo o mais se torna disfuncional. Este “momentu” determina um ponto mágico na relação do individuo com o mundo.

Ele acontece dentro de um “time” especial. Um tempo sensorial que pode ser alongado ou encurtado. Quando alongado ele coloca o corpo em sintonia, sincronizado com o ritmo do universo. E esse Ponto de Conexão e de relação é o que consigo sentir como o estado Zen, onde o dentro e o fora deixam de existir e nos tornamos uno com o universo, em vibração e harmonia, frequência e ritmos, intensidade e profundidade.

Esta sutil relação com o universo define um estado de absoluta plenitude e integração, onde só o que existe é a vida. O corpo vibra em ressonância com o meio, como num lago que reflete a luz da lua cheia, como no momento seguinte ao abandono no orgasmo. Puro êxtase.

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