quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

REVOLUÇÃO IX



Ouroboros e o Ciclo Infernal do Sansara


Não faço o modelo catastrofista, nem me ocupo com pensamentos destrutivos em grande escala, mas me referenciando em eventos observáveis, recorrências e dinâmica do desenvolvimento da civilização humana, não posso subestimar que mudanças climáticas podem desencadear processos drásticos de transformação da face do planeta. Quem o faz, me perdoem, parece cego que evita a visão. Lembro-me de um Prêmio Pullitizer nos anos 70, do último século, Ernest Becker, que escreveu um livro marcante na história da psicologia: A Negação da Morte. Neste trabalho Becker analisa a relação do homem com a morte e desenvolve a análise do processo de negação da morte pelo homem. Caminho aberto que permitiu posteriormente à Dra. Elizabeth Kubler Ross avançar teorizando sobre os estágios de transformação por que passam os pacientes em estado de doença terminal.

Existem aqueles que se acreditam tão positivos que relevam a gravidade de problemas quando os pequenos sinais aparecem. O sujeito pode ser tão positivo que adia a troca do pneu careca por um novo, porque desconsidera a possibilidade de um evento inesperado que o leve ao desastre, estando ele em cima da encrenca. Pensando bem, estes “positivos” que subestimam os sinais e criticam os realistas são os que acabam sendo fonte e origem de grandes acidentes.

Me considero Realista, no limite, sem traços psicóticos, dos que não subestimam o inesperado e nenhum sinal que possa considerar significativo para mudar o rumo dos acontecimentos.

O aquecimento global está aí. Mas só o aquecimento nada significa. Considere por exemplo que acorrendo o aquecimento, as calotas polares descongelam, que aumente a temperatura do planeta, que o nível de água do mar se eleve e pronto. Tudo bem. O homem se adéqua à nova realidade, se adapta ao ar condicionado, as populações se deslocam para regiões mais elevadas; e a espécie esta salva. OHHHHHH! Maravilha.

Mas as coisas não funcionam assim. Existe um sistema constituído por inúmeros subsistemas que definem nossa realidade, e não temos nenhum controle dos eventos que podem ser desencadeados nesta mudança. Fogem do poder de controle humano.

Neste momento lembro-me de um Professor de Psicopatologia, Médico e Psicanalista Freudiano, ele em sala de aula, um dia e uma única vez disse para quem quisesse ouvir: O ser humano vive no fio da navalha, um simples véu separa o abismo do distúrbio mental, da nossa aparente “normalidade”, em que refugiamos.

Eu também penso assim e mais:

• Provavelmente um Delicado Véu Branco e TRANSPARENTE separa o
Equilíbrio Insustetável da BIODIVERSIDADE em que estamos inseridos
de um novo estado BIODIVERSO inefável.
Arre! Égua... O bicho é mais feio e assustador do que podemos imaginar.

Um passinho à frente, por favor... que o caixão vai fechar.

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