quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

REVOLUÇÃO X – FINAL






Ao longo dos milênios a jornada humana tem sido um exercício esplêndido de aprimoramento. Se me fosse dado a possibilidade de fazer uma metáfora da jornada humana, eu a compararia  com a de uma pessoa cega, surda e muda, que nasce sem saber de onde veio, por que veio, nem prá onde vai, e com o tempo acaba por desenvolver a capacidade de ouvir, aprende a se comunicar através de sons e de códigos e finalmente inicia o acurado aprendizado da visão da realidade, e desencadeia o nascimento da consciência, passa a se localizar no tempo, no espaço, como uma manifestação da consciência divina, pleno de energia para se multiplicar, se desenvolver, transformar e encontrar o seu sentido pleno de existir.

A jornada tem sido ao longo dos milênios uma dura jornada de aprendizagem. Nem sempre acertando, às vezes tateando, nem sempre errando. Aprendendo a lidar com o seu poder construtivo e tentando metamorfosear sua capacidade natural de destruição. É pedreira o exercício de descontruir para se reconstruir. Pode ser que neste momento estejamos deixando a noite dos tempos para respirar o ar refrescante da manhã nascente, pode ser que o descortinar da manhã nos abra possibilidades esquecidas ou novas virtudes. Pode ser que a falta de sabedoria nos leve à hibernação e à regressão, fazendo-nos morrer na praia depois da noite dos tempos. E se assim ocorrer já avançamos de forma fantástica na compreensão deste universo inimaginável. Aceito a tragédia do nosso destino. Se não! Melhor! Pois o dia que se descortina possibilita a transformação, e se o coletivo não avança ainda temos a possibilidade de realizar a plenitude da individuação, já que o tempo coletivo é eterno mas o do individuo pouca margem nos permite de erro. Neste aspecto a jornada pessoal continua e deve ser realizada sem perder o foco do eixo, pois o tempo coletivo pertence ao universo e o tempo pessoal é a forma generosa do pai de agraciar aqueles que rompem com os estigmas, aqueles que se libertam do tempo coletivo e que como “Fernãos Gaivotas” ou como “Urubus”, descortinam o assombro das novas dimensões que cercam a nossa existência.

Voemos, os prenúncios são de uma longa jornada...




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